Depois de alguma embromação (estava salvando o mundo de terroristas no Modern Combat) finalizei a leitura da biografia do Steve Jobs e depois enrolei um pouco para escrever esse singelo texto mas enfim. Fica a dica porque ele é fantástica tanto para quem gosta de livros sobre negócios como para quem gosta de biografias, é boa até mesmo para quem está apenas curioso sobre esse assunto que foi modinha a uns 30 dias atrás.
Admito que durante uma boa parte da minha juventude meu principal ídolo na tecnologia era Bill Gates. Leve-se em conta que esse era o período que Jobs tinha fracassado sendo demitido da Apple, a NeXT não tinha feito nada de pertinente para o grande publico e eu tinha lido a pouco tempo o livro "A Estrada para o futuro" e achava o tio Bill um visionário foda que tinha criado a maior empresa de tecnologia do mundo e se tornado o cara mais rico de todos. Não era pouca coisa.
Mas depois da volta de Jobs ao estrelado, o contato com Macs na minha fracassada temporada na faculdade de propaganda, o primeiro iPod que tive (2º geração), o meu primeiro iPhone e tudo que ele tinha feito no renascimento da Apple não teve jeito, tive que abrir espaço no meu panteão de heróis para ele.
Mas voltando ao livro. Sua grande vantagem ao contrario do que muitos imaginavam é que Jobs abriu mão da sua compulsão por controle, permitindo ao autor, Walter Isaacson um biografo já consagrado, liberdade total para descreve-lo como era na realidade, e não como ele se via. Por isso vemos tanto o lado mais genial e cativante quanto o "dark side" do Senhor Supremo de Cupertino.
Seus famosos surtos de agressividade estão lá. Sua dificuldade em assumir responsabilidades esta lá. Até o pior lado do seu campo de distorção da realidade (leia-se falsidade) esta lá. Sem tons de cinza ou amenidades por parte do biografo, embora alguns depoimentos claramente tentem aliviar a barra de Jobs.
Mas nem só de coisas ruins era feita a personalidade do "criador” das icoisas, seu melhor lado, seus melhores conselhos estão lá também: Foco no que importa, siga seus sonhos, não tenha medo de ousar.
Mas acredito que o melhor conselho do livro não aprendemos diretamente com Jobs, e sim com seu pai, de como era importante fazer as coisas bem feitas, mesmo que outras pessoas não fossem conferir como fundos de armários, ou em suas próprias palavras:
"Ele adorava fazer as coisas direito. Preocupava-se até mesmo com as partes que não ficavam a vista".
Você vai dizer que esse é o kit básico de qualquer livro de auto-ajuda e pode até ser verdade, mas tem muito mais força quando a história vem de alguém que aplicou esses conceitos por toda a vida, mesmo quando era um jovens classe media baixa sem grandes "atributos". Sofreu as conseqüências de seus piores atos e não deixou de lutar para fazer sempre mais e melhor durante a vida. Uma lição e tanto.
Tudo isso com um texto ágil, capítulos curtos, ótimo para levar no iPhone e ler em todas as oportunidades.
Definitivamente ainda adoro Bill Gates e seu legado, mas Jobs e seus produtos atingiram um novo patamar de adoração no meu ranking.
________________________
Steve Jobs - A Biografia
Autor: Isaacson, Walter
Editora: Companhia das Letras
O livro, baseado em mais de quarenta entrevistas com Jobs ao longo de dois anos - e entrevistas com mais de cem familiares, amigos, colegas, adversários e concorrentes -, narra a vida atribulada do empresário extremamente inventivo e de personalidade forte e polêmica, cuja paixão pela perfeição e cuja energia indomável revolucionaram seis grandes indústrias: a computação pessoal, o cinema de animação, a música, a telefonia celular, a computação em tablet e a edição digital. Numa época em que as sociedades de todo o mundo tentam construir uma economia da era digital, Jobs se destaca como o símbolo máximo da criatividade e da imaginação aplicada à prática. Embora tenha cooperado com esta obra, Jobs não pediu nenhum tipo de controle sobre o conteúdo, nem mesmo o direito de lê-lo antes de ser publicado. Não estabeleceu nenhum limite: pelo contrário, incentivou seus conhecidos a falarem com franqueza. "Fiz muitas coisas que não acho louváveis, como ter engravidado minha namorada aos 23 anos de idade e a maneira como encaminhei a questão", disse ele. "Mas não tenho nenhum segredo a esconder." Jobs fala com franqueza, e às vezes com brutalidade, sobre os companheiros de trabalho e os concorrentes. Do mesmo modo, seus amigos, inimigos e colegas apresentam um painel com as paixões, os demônios, o perfeccionismo, os desejos, o talento artístico, as manias e a obsessão controladora que formaram sua atitude empresarial e os produtos inovadores que criou. Jobs é capaz de levar à fúria e ao desespero quem está perto dele. Mas a personalidade e os produtos, assim como um hardware e um software da Apple, estão unidos num mesmo sistema integrado. Sua história é ao mesmo tempo uma lição e uma advertência, e ilustra a capacidade de inovação e de liderança, o caráter e os valores de um homem que ajudou a construir o futuro. link aqui