Pode ser que seja somente o fato de eu ser uma pessoa pouco informada sobre o que acontece no cena literária, mas tenho comigo que as historias de detetive estão morrendo, isso pra não dizer que já morreram.
Me lembro de como era fascinado na infância e adolescência pela genialidade do belga Poirot e do inglês Holmes enquanto hoje em dia não parece que sejam mais feitas historias desse saudoso gênero, o romance policial.
Durante muito tempo eu imaginei que foi a tecnologia e as habilidades CSIzisticas que tinham matado as historias de detetive, afinal quem precisa de uma super seqüência de raciocínio pra definir a profissão, classe social e qualquer outra coisa de um indivíduo quando temos o Facebook sendo acessado a todo instante e em qualquer lugar (menos no iPhone porque PQP que aplicativo lerdo de merda).
O fato é que esse pensamento da tecnologia ser a culpada foi totalmente descartado após assistir a serie Sherlock da britânica BBC, que trouxe o icônico personagem para os tempos modernos, com smartphones, blogs e tudo o mais o que se possa querer e pra resumir, continuou muito foda.
Ou seja, ou o motivo é falta de talento ou o que é pior, falta publico e infelizmente essa é exatamente a minha opinião e aqui no Bibliorréia a gente mata a cobra e mostra o pau.
Hoje em dia a maioria das historias, e isso não é só na literatura não, acontece no cinema também e pasmem até na musica.
Pegue uma musica da década de 60 ou 70 e compare com um sucesso nos dias de hoje e você vai ter certeza que ela é muito mais explicita, muito mais direta.
O mesmo acontece com o cinema e os seriados de TV. Um filme que tenha uma historia mais voltada pra inteligência do que pra explosões e perseguições é visto como algo de nicho e pouco divulgado.
Alias todo esse papo sobre detetives e Sherlock Holmes me lembrou uma historia de infância, vou confessar aqui um crime em primeira mão, só espero que o google não me entregue para o FBI por isso, mas quando era ainda um pré adolescente, o que pelos critérios de hoje deve ser algo em torne de 8 anos mas isso é assunto pra um outro dia e eu devia ter uns 14, eu era como já disse um pouco acima vidrado em historias de detetive e meu colégio tinha simplesmente toda a coleção das historias do grande detetive inglês que eu lia avidamente.
Depois de ler todos a única coisa que eu pensava era em ter o primeiro livro da coleção de qualquer maneira e então fiz a única coisa que um criança que morava numa cidade em que existiam zero livrarias podia fazer.
“Perdi” o livro.
Tudo bem que foi no meu armário no fundo da gaveta de meias, achei deixar na de cuecas meio nojento, mas ninguém precisava saber disso e fiz minha melhor cara de coitado pra bibliotecária do colégio. Eu gostava de livros, sempre paguei a taxa anual sem reclamar e sejamos sinceros era uma das poucas crianças que frequentava aquilo sem ser pra estudar para as provas sem precisar comprar os livros que os professores passavam.
Prova (motivo) do crime
Não foi tão simples já que existia uma multa pra quem perdesse os livros e ela consumiria vários dias, que eu não estava disposto a abrir mão, do meu dinheiro da merenda e precisei usar todo meu charme pra ser dispensado dela já que nem pedir esse dinheiro em casa eu poderia porque fatalmente minha avó ativaria sua detetive domestica (a empregada) afinal onde mais eu poderia perder um livro que só saia de casa com destino ao colégio. E se a empregada entrasse na jogada tudo estaria perdido porque ela tinha o fantástico dom de saber exatamente onde estava cada coisa da casa por mais insignificante que fosse.
Felizmente a moça da biblioteca não levou a historia adiante e tudo ficou por isso mesmo.
Agora que estou pensando nisso vejo como é muito mais fácil ser jovem hoje em dia, tem muito menos peso dramático roubar um livro, filme e etc pelo computador (locadora do Paulo Coelho e iOS Book’s um beijo) já que não estamos roubando de ninguém especifico do que da simpática bibliotecária do colégio.
PS: Vocês podem perceber que em alguns momentos usei o termo “moça da biblioteca” em outros bibliotecária, afinal com essa onde de chatismo de hoje em dia eu não sei se pra usar o segundo você tem que ter feito alguma faculdade tosca que ninguém liga ou basta trabalhar em uma biblioteca afinal até as fisioterapeutas tem reclamado de serem chamadas de massagistas.