Ontem a noite uma enorme discussão tomou conta da sala da minha casa. O tema era bem “simples”: politica e religião se misturam ?
Pois é, só faltou colocar futebol no meio pra ter os três temas proibidos pela cultura brasileira, e realmente pareceu em alguns momentos que seria impossível chegarmos a algum entendimento, com metade dos participantes da contenda (eu entre eles) sendo a favor da participação na politica dos religiosos mais influentes, enquanto a outra metade era contra as manifestações politicas mais direta dos mesmo.
E os que eram contrários a minha opinião tinham um argumento justo, segundo eles, a cada eleição multiplicam-se pessoas de baixa índole que usam a fé e a obediência dos fiéis para proveito próprio e nem um pouco dignos. Dai a repulsa a pregações (seja em igrejas católicas ou evangélicas) com cunho politico, que maculavam a santidade do momento para fins indignos.
Porém, na minha maneira de ver as coisas, a regra não deveria ser medida pelos salafrários. Acredito que os que tem a oportunidade de elucidar os fiéis devem fazê-lo sempre. Pois como diz o ditado, “para o mal vencer, basta que o bem não se manifeste”. E criar regras que limitem as pessoas honestas e dignas, é de certa forma favorecer os desonestos, já que por definição eles não estão preocupados em seguir regras ou valores que os prejudiquem.
E foi exatamente nesse contexto que li a entrevista de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos e autor da tão falada publicação “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras” (leia aqui), texto que condena o aborto e incentiva os fiéis a não votarem em candidatos não concordem com as diretrizes defendidas pela igreja e que foi censurado pelo PT.
O trecho da entrevista que mais me chamou a atenção foi:
PERGUNTA - É papel de um bispo se posicionar politicamente?
Dom Luiz - O papel do bispo é orientar os seus fiéis sobre a verdade, sobre a justiça e sobre a moral. Ele deve apresentar a verdade e denunciar o erro. Foi o que fiz. Tenho todo o direito - e o dever - de agir do modo que agi. Não me arrependo de ter falado o que falei. Faria tudo de novo! Se surgir um candidato que seja contra os princípios morais, contra a dignidade humana e contra a liberdade de expressão, irei me levantar de novo.Se quiser ler outros trechos da entrevista clique aqui.
Direto ao ponto a declaração de Dom Luiz “orientar os seus fiéis sobre a verdade, sobre a justiça e sobre a moral". Ele deve apresentar a verdade e denunciar o erro (…)” .
Infelizmente no nosso país, algumas pessoas não tiveram nem tem a oportunidade de desenvolver um senso critico próprio. Isso junto ao fato de a maior parte do nosso jornalismo segue uma formula outroladista sem deixar claro qual é a verdade. Fico feliz e mais confiante sabendo que existem pessoas de bem que ainda lutam pelos seus valor. PARABÉNS A DOM LUIZ pela postura corajosa.
E claro, quem quiser dar sua opinião sobre a discussão aqui de casa sinta-se a vontade nos comentários.