Sobre as perspectivas do Fla para Brasileiro, ou a falta delas.


O Flamengo jogou ontem (o grosso deste texto foi escrito na quinta feira 16/5), porém sobre o jogo não posso falar muito já que dormi com mais ou menos 15 minutos do primeiro tempo. Do que vi achei uma merda, tanto quanto os últimos dois meses. 

O que tenho pra falar é sobre outra coisa, mais precisamente sobre a entrevista pôs jogo do Jorginho. 

Além disso, o técnico também falou a respeito da capacidade do atual grupo do Flamengo. Para o treinador, é impossível medir quais as expectativas e metas a serem traçadas no momento. link

Eu sei que estamos num período de reestruturação e que temos que ser realistas para que a monstruosa divida do clube seja equacionada, mas me espanta é atitude de "me engana que eu gosto" que tem sido adotada pela direção e pelo clube em si. Explico:

O time não tem um fluxo de caixa saudável. Qualquer entrada de recursos vai ser gasta aliviando as severas dividas com pagamentos já atrasados e que impõem altíssimos custos financeiros ao clube. 

Não existe milagre para corrigir esse problema. Cortar custos desnecessários, encerrar atividades irrelevantes, extinguir a filosofia "serviço publico" que parece ser predominante no clube, e nós torcedores temos que entender que os próximos 20 ou 30 anos podem ser definidos por algumas medidas tomadas pelos próximos dois ou três. 

Todos concordamos que uma conta de água de vários e vários milhares de reais por causa de um vazamento na piscina deve ser imediatamente eliminada. Como foi. 

Também não questionamos quando varias modalidades esportivas foram sumariamente finalizadas. Aprendemos com Jack Walsh na reestruturação que ele empreendeu na GE que qualquer modalidade que não formos lideres ou os 2º melhores não vale a pena investirmos. 

E obviamente que todo torcedor estava cansado de ler e saber que existiam os famosos "chinelinhos" da Gávea, com seu entra e sai do depto medico do clube. (Nada pessoal Cazeduardo). 

Mas a verdade é que a diretoria, apesar de todos os acertos que comentei acima, precisa começar a ser transparente nos objetivos, ou pelo menos sincera nas perspectivas. 

Falar que o time vai ser forte e brigar pelo título numa semana, que vai contratar pelos menos cinco nomes que cheguem para ser titulares na outra e na terceira semana dizer que contratações só com as receitas do sócio torcedor é querer empurrar as respostas com a barriga e pior, mexer, normalmente para cima, com a expectativa das pessoas de uma participação bem melhor do que a possível no próximo campeonato brasileiro. 

Não a nada errado com assumir que esse ano o time foi montado com o objetivo de figurar entre, por exemplo, os sete primeiros. Quem sabe de acordo com as circunstancias, brigar por uma vaga na Liberadores, embora esse não seja o objetivo. 

Ou assume-se logo que a coisa é ainda pior e que a meta é ficar na metade superior da tabela. 

Ninguém em sã consciência (tudo bem que Flamenguistas não são muito sãos) vai ficar chateado em saber que o time não pensa que brigar pelo título esse ano. 

Precisamos sim é investir em infra estrutura, tanto física como gerencial para que no futuro (próximo) o time não tenha mais que se preocupar em traçar metas porque sempre vai entrar para ganhar. 

Aproveitando o gancho, foi em circunstancias muito parecidas com as nossas que começou a "Era Ferguson". Um time fraco, que estava sempre no fundo da tabela e desacreditado. 

Após quatro temporadas preparando os alicerces é hoje um dos clubes mais bem sucedidos do mundo. 

Agora quando o nosso treinador diz aos quatro ventos que não sabe o que esperar do campeonato só existem duas linhas de raciocínio a seguir, uma delas ruim e a outra pior. 

A ruim diz que temos um treinador covarde e sem personalidade para assumir a bronca de ter que cumprir um objetivo (por exemplo classificar para Libertadores) e uma diretoria omissa que só usa expressões genéricas como "time forte" e "honrar as tradições rubro-negras". 

Agora, na pior das hipóteses eles realmente não tem idéia do que esperar do brasileiro, e isso me da muito medo. Como contratar, demitir e gerenciar os jogadores jovens que são promovidos sem fazer idéia do que esperam do futuro. É realmente coisa de maluco pensar que isso seja realidade, mas quem já assiste futebol a mais tempo sabe que não só é a realidade como esse é o MO do futebol brasileiro. Vai-se fazendo as coisas conforme a maré aponta.

Espero estar errado e que isso seja apenas fumaça ou "má expressão", mas sinceramente, não sei não.

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