Archive for setembro 2010

Resenha #1


O Objetivo dessa seção no site é fazer um review de qualquer coisa que eu tenha experimentado, seja um programa de Tv, um filme ou um barzinho do circuito Rio/Niterói .

E pra inauguração nada melhor do que falar sobre um dos meus vícios, seriados americanos (embora os ingleses estejam no mesmo nível). Mas precisamente os dois preferidos, How I Met Your Mother e Dexter, então sem mais delongas vamos lá ...

How I Met Your Mother – 06x01 e 06x02

A serie segue como nos últimos anos, sendo uma das melhores series da TV. Assistir HIMYM é como sentar no bar com seus amigos, você sabe exatamente o que eles vão dizer, mas mesmo assim o papo é delicioso. O deboche com o politicamente correto, que foi um dos grandes atrativos iniciais que tive pela serie continua lá, muito bem representado na cena do segundo episodio dessa temporada em que Barney brinca com o fato de ser branco e o irmão e o “pai” negros e se corrige dizendo afro-descendente, é um sopro de esperança pra quem também acompanha TV nacional onde tudo é pensado mil e uma vezes pra não ofender ninguém e o humor é sempre censurado em nome do “respeito às diferenças”.

Mas ao mesmo tempo em que a serie mantém seu ar de rebeldia e humor livre, ela também vai acompanhando o amadurecimento constante dos personagens e tendo cada vez com mais freqüência episódios com um pano de fundo mais focado em assuntos sérios, que retratam conflitos que a maioria das pessoas enfrentam freqüentemente, como as duvidas com relação ao futuro e ao amor muito bem representadas em Ted, ou a falta de responsabilidade de Barney entre outros.

Esses fatores alinhados a algumas atuações soberbas, principalmente do eterno Doogie Howser fazem a serie ser pule de 10 quando se quer passar vinte minutos distraídos do mundo. Então não perca tempo e corre pro avião na  segunda a noite e parta pros EUA (afinal aqui no blog nós não apoiamos a pirataria então é preciso assistir os episódios lá).




DEXTER – 05x01

Dexter não é uma serie comum, você não deve assistir um episodio do meio de uma temporada qualquer e achar que vai gostar. Apreciar a serie é como subir uma escada, não tem como chegar ao todo sem passar pelos primeiros degraus, pra apreciá-la é preciso voltar ao primeiro episodio ir construindo uma relação de cumplicidade com o serial killer, conhecendo seus anseios e seus medos, sempre tentando se esconder da sociedade, lutando para que seu passageiro sombrio não tome o controle.

Pra quem passou por esse ritual, a nova temporada começou matadora (com o perdão do trocadilho). Um Dexter atormentado após a morte de Rita, uma morte que ele racionalmente se julga culpado, mas atormentado principalmente por não se encaixar naquela situação, afinal é um psicopata, uma pessoa pra quem a morte é uma companheira constante e bem vinda, que e depois de anos camuflado pelo código ensinado por Harry, se viu no centro de um acontecimento que ele sabe todos esperam arroubos de emoção, coisa que ele não pode fornecer. O Tormento de Dexter é cada vez maior, o filho, a irmã, os enteados, todos esperam algo dele, algo. E é exatamente disso que tratou o primeiro episodio Dex buscando esse algo, que pode ser visto como um psicopata buscando seus próprios sentimentos.

A cena no banheiro do “posto” que ele para pra abastecer seu barco é fantástica, todo o episodio foi muito bem construído pra deixar o suspense sobre o que faria o nosso anti-herói. E seu choro de libertação após uma explosão de fúria com um homem que maculou a memória de Rita junto com a volta do pai que sempre foi seu grande consolo foi construído de maneira muito bacana, deixando todos os fies da serie muito bem preparado pra uma temporada que promete muito.

PS: Foi impressão minha ou essa temporada terá um que da segunda? Com Dex sendo novamente “perseguido” pela policia?


Autor: Diego Milward em 30 de setembro de 2010.

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A Impotância dos Partidos

É muito comum ouvir pessoas dizendo que vão votar em fulano ou sicrano, mas é raro ouvir alguém defendendo o voto no partido ou com um mínimo de pensamento partidário. E as pessoas que tentam fazê-lo ainda são contra postas com argumentos do tipo, “safado tem em todos os partidos”, “importante são os políticos e não os partidos”.

Isso ficou na minha cabeça ao ler um re-tuite postado pelo Éden do ótimo blog Um passinho a frente em que alguém que infelizmente não me lembro o nome dizia exatamente isso que partido é tudo igual e importante são os candidatos, esse tuite foi o estopim que fez surgir a disposição de escrever meu primeiro artigo (post é coisa de pobre), pra contradizer esse senso comum.

O primeiro dos motivos que deveriam levar as pessoas a olhar com mais atenção o partido do seu candidato (e não só o partido, mas a coligação no seu estado) é o chamado “fator Tiririca” ou tecnicamente chamado de coeficiente eleitoral (aqui e aqui) que resumidamente diz que as cadeiras reservadas a determinado Estado na Câmara é ocupada proporcionalmente por um partido de acordo com a sua votação (já que a justiça entende que o voto pertence ao partido e não ao candidato). Portanto não basta você votar em um candidato honesto é preciso votar em um partido que apresente vários candidatos honestos. (E não me venham com a ladainha que são todos iguais pesquise sobre cada um em WWW.camara.gov.br e WWW.senado.gov.br e você verá diferenças gritantes nos gastos presenças e opções de votos)

Outro motivo importante diz respeito a um dos principais pilares da democracia. A oposição! Não essa ou aquela oposição e sim qualquer uma.  A maioria das pessoas não sabe ou não para pra prestar atenção nisso, mas as votações no congresso são feitas em massa, ou seja, os representantes de um determinado partido votam todos na mesma opção seguindo as determinações de seus lideres (com raras exceções), que por sua vez comumente seguem as orientações e diretrizes traçadas nas suas reuniões nacionais dos partidos (olha eles sempre ai se fazendo presente e importante) onde opinam todos os principais nomes do partido sejam eles políticos eleitos ou não; corruptos ou não; cassados ou não.

Um fato grave nessa campanha é que esta acontecendo uma “desinformação” por parte dos candidatos, principalmente os de situação (no âmbito federal), suas campanhas dizem que é preciso eleger os candidatos e senadores parceiros, para o (ou a) presidente ter mais “facilidade” na aprovação de projetos. Mas isso é um engodo, um bom parlamento, é dividido entre oposição e situação, um freando o outro, todos já ouvimos a expressão que diz que “os extremos não são bons, bom é um meio termo” e isso é conseguido exatamente tendo alguém que vê as coisas de maneira diferente, que tem valores diferentes (não valores errados ou distorcidos eticamente que fique claro). Afinal, se todos seguem as “mesmas ordens” quem vai ser a voz destoante, quem vai ser aquele que vai dizer que esse é o limite pra determinada ação sabendo que quem esta no poder tem o controle total de todos os organismos governamentais através do partido. Existem diversos casos mostrando que as crenças irrevogáveis são facilmente descartadas em face ao poder absoluto (sim Mercadante é com você mesmo).

Quer mais um motivo para comemorar o fato da oposição ter uma boa quantidade de representantes? Pois eu te dou, “EC” sigla para Emenda Constitucional. Para mudar a constituição do país a medida teria que ser aprovada por 3/5 de cada casa (Senado/Câmara) em dois turnos, ou seja, teria que ser um projeto MUITO bom pra convencer a oposição ao permitir que isso aconteça. Mas se não houver oposição ou se ele estiver muito fraca, ai bem ?!?!?! Basta olhar pra países vizinhos como Venezuela, Bolívia, entre outros.

Esses são alguns motivos para olhar bem a sigla que aparece nas propagandas do seu candidato. O futuro do seu país pode estar sendo decido mais nela do que no candidato propriamente dito.

Gostou do artigo ou acha que eu levo algum jeito? Comenta ai pra me animar a continuar escrevendo... rsrs.

Autor: Diego Milward, em 29 de setembro de 2010.

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A Falência das eleições no Brasil e o Debate

É praticamente um consenso entre especialistas e a população em geral, essa é a pior eleição da nossa curta e irregular democracia. O argumento mais comum para explicar o fenômeno, de que os candidatos seriam desprovidos de carisma, me parece superficial e fácil demais, mas o que poderia ter provocado tamanho distanciamento do povo para com o símbolo máximo de um país livre que são as eleições.

 

Tudo parece ter começado no “lulinha paz e amor” de 2002, sua primeira eleição equipado com uma equipe de marqueteiros profissionais, que comandaram uma completa transformação visual e de estilo, o barba maior do que o recomendado as camisas de malha e a fala cheia de raiva e excessos foi deixada de lado, e um Lula suave, contemporizador e bem vestido foi apresentado ao publico, tudo isso muito bem arrematado pela já famosa “Carta ao Povo Brasileiro”, que na realidade era dirigida aos mercados que tinham uma memória um pouco mais longa e por isso ainda mostravam receio pela crescente força do candidato.

 

Junto com a sua eleição Lula trouxe novos fatores ao jogo político brasileiro, seu enorme carisma junto à imprensa e a população em geral, a ausência de uma oposição digna do nome, e os marqueteiros, já que grande parte do mérito da eleição 2002 foi creditada na conta do publicitário Duda Mendonça (creditada numa conta no exterior, diga-se de passagem).

 

Com isso basta uma simples soma dos fatores acima para chegarmos a uma equação que representa a primeira das grandes causas do distanciamento das campanhas políticas para o povo brasileiro: A capacidade retórica de desconstruir o passado do presidente, aliado a facilidade com que o povo brasileiro esquece este mesmo passado, e a ausência de uma oposição que viesse lembrar ao governo e ao povo que a pólvora não tinha sido descoberta nos oito anos de governos Lula, permitiu o surgimento do mito de que só com um grande aparato de propaganda e marketing era possível disputar uma eleição para cargos majoritários no Brasil pós Lula.

 

E junto com os marqueteiros vieram suas fantásticas técnicas, dentre as quais merecem mais destaque três: Os super programas televisivos, cheios de efeitos visuais; a postura dos candidatos, totalmente amórfica durante suas sempre ensaiadas aparições e falas; e a terceira delas, que é a grande determinante das duas anteriores, AS PESQUISAS DE OPINIÃO. Qualquer pesquisa rápida na internet em busca de comentários de especialistas em política e você verá lá um parágrafo ou mais dizendo que determinada mudança na estratégia foi promovida após um “feedback das pesquisas de opinião internas”, o nome soa bem e passa realmente credibilidade, mas uma das coisas que mais me marcaram durante o período em que estudei comunicação social foi a lição de que pesquisas de opinião devem ser lidas com muito cuidado, pois elas são apenas um retrato racional de um determinado momento, enquanto as decisões são em grande parte movidas por questões muito mais subjetivas e emocionais.

 

Um belo exemplo ilustrativo é o case da Coca-Cola, que em 1985 após um período de constante queda na sua parcela de mercado resolveu encomendar ao seu departamento de marketing uma pesquisa de opinião para descobrir qual era o problema e após uma boa quantidade de dólares gasta chegou-se a conclusão de que o grande problema da Coca Cola era que o sabor que já não correspondia ao que as pessoas esperavam, então muitas pesquisas depois para determinar o sabor exato que as pessoas queriam, foi lançada a New Coke. Obvio foi um RETUMBANTE FRACASSO e um dos maiores micos que uma multinacional já protagonizou. (detalhes aqui e aqui e nesse livro que dedica um de seus capítulos ao caso [Vale dizer que recomendo muito o livro])

 

A soma de todos esses fatores chega ao seu ápice nos debates presidenciais, mas não em qualquer debate, e sim no debate da Rede Globo de Televisão. Porque na realidade é o único que importa do ponto de vista da audiência direta com o eleitor e não sei se por culpa da emissora ou dos candidatos nós somos obrigados a assistir cenas patéticas, o pobre (no sentido figurado claro) fica em pé lendo papeizinhos que contem apenas uma palavra, coisa que qualquer criança de 12 anos poderia fazer com a mesmo qualidade, enquanto os candidatos que já sabendo os temas que contem a caixa de sorteio simplesmente usam o programa pra expor suas falas decoradas junto ao seu staff. Além disso, a mecânica pergunta, resposta, replica e treplica, todas com tempos desiguais, favorece o candidato que responde de tal maneira que permite que a palavra final seja uma mentira ou uma manipulação de argumento fazendo com que muitas vezes os candidatos evitem o confronto direto com os principais adversários.

 

José Serra foi o único que tentou alguma coisa, os outros ficaram só nos comentários decorados ou pior ainda rasteiros.

 

Agora repare bem no debate de quinta à noite, na presença inútil do Bonner que foi relegado na maior parte do tempo ao papel de plateia enquanto os candidatos ao invés de debater, simplesmente faziam uma exposição dos textos indicados pelos seus marqueteiros. Todos com medo de um debate que não da oportunidade de defesa, com medo de desobedecer às sagradas pesquisas que dizem que não pode atacar o oponente quando ele mente.

 

Agora veja um debate deste mesmo país, porém pré Lula-2002, portanto anterior a era do “Todo Poder Aos Marqueteiros”, na disputa pelo governo de São Paulo entre Mario Covas e Paulo Maluf

 

Maluf e Covas mostram que ouve uma época a nem tanto tempo atrás em que os candidatos se enfrentavam realmente, sem marketing, cada um com sua capacidade de oratória.

 

Aaah mas você provavelmente vai dizer que esse tempo não existe mais, que não é possível debater idéias ou ter uma disputa mais aberta. Mesmo que hipoteticamente eu aceite esse argumento, tenho outro vídeo pra mostrar, é o debate dos presidenciáveis, veja se em algum momento aparece o relógio dizendo que o tempo dos candidatos esta acabando, veja se o mediador fica somente fazendo apenas figuração. (clique aqui e leia a matéria do G1 sobre o debate, falando sobre as regras e as expectativas)

 

Debate entre os candidatos americanos, sem relógio e sem vantagem de ser o ultimo a falar pra ninguém.

Um leitor mais sagaz pode argumentar que os debates selecionados pra exemplificar bons momentos envolvem apenas dois candidatos e é isso mesmo, do meu ponto de vista não deveria existir debates com mais de dois candidatos, que se fizesse vários debates, em cada deles, dois diferentes adversários se enfrentariam até todos terem enfrentados todos. Ou quem sabe alguém tem alguma outra solução, uma coisa eu digo, do jeito que esta todos nos que estamos fora do circuito politico vamos ser deixados de lado. é como diz a máxima: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles gostam.” Platão

 

 

Um Sopro de Esperança

 

Porem nem tudo esta perdido, hoje saiu uma nota na coluna Radar Online da revista veja que diz que o candidato José Serra pretende que seja adotado o padrão americano nos debates de um eventual segundo turno.

nota debates

 

Autor: Diego Milward

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