A Impotância dos Partidos

É muito comum ouvir pessoas dizendo que vão votar em fulano ou sicrano, mas é raro ouvir alguém defendendo o voto no partido ou com um mínimo de pensamento partidário. E as pessoas que tentam fazê-lo ainda são contra postas com argumentos do tipo, “safado tem em todos os partidos”, “importante são os políticos e não os partidos”.

Isso ficou na minha cabeça ao ler um re-tuite postado pelo Éden do ótimo blog Um passinho a frente em que alguém que infelizmente não me lembro o nome dizia exatamente isso que partido é tudo igual e importante são os candidatos, esse tuite foi o estopim que fez surgir a disposição de escrever meu primeiro artigo (post é coisa de pobre), pra contradizer esse senso comum.

O primeiro dos motivos que deveriam levar as pessoas a olhar com mais atenção o partido do seu candidato (e não só o partido, mas a coligação no seu estado) é o chamado “fator Tiririca” ou tecnicamente chamado de coeficiente eleitoral (aqui e aqui) que resumidamente diz que as cadeiras reservadas a determinado Estado na Câmara é ocupada proporcionalmente por um partido de acordo com a sua votação (já que a justiça entende que o voto pertence ao partido e não ao candidato). Portanto não basta você votar em um candidato honesto é preciso votar em um partido que apresente vários candidatos honestos. (E não me venham com a ladainha que são todos iguais pesquise sobre cada um em WWW.camara.gov.br e WWW.senado.gov.br e você verá diferenças gritantes nos gastos presenças e opções de votos)

Outro motivo importante diz respeito a um dos principais pilares da democracia. A oposição! Não essa ou aquela oposição e sim qualquer uma.  A maioria das pessoas não sabe ou não para pra prestar atenção nisso, mas as votações no congresso são feitas em massa, ou seja, os representantes de um determinado partido votam todos na mesma opção seguindo as determinações de seus lideres (com raras exceções), que por sua vez comumente seguem as orientações e diretrizes traçadas nas suas reuniões nacionais dos partidos (olha eles sempre ai se fazendo presente e importante) onde opinam todos os principais nomes do partido sejam eles políticos eleitos ou não; corruptos ou não; cassados ou não.

Um fato grave nessa campanha é que esta acontecendo uma “desinformação” por parte dos candidatos, principalmente os de situação (no âmbito federal), suas campanhas dizem que é preciso eleger os candidatos e senadores parceiros, para o (ou a) presidente ter mais “facilidade” na aprovação de projetos. Mas isso é um engodo, um bom parlamento, é dividido entre oposição e situação, um freando o outro, todos já ouvimos a expressão que diz que “os extremos não são bons, bom é um meio termo” e isso é conseguido exatamente tendo alguém que vê as coisas de maneira diferente, que tem valores diferentes (não valores errados ou distorcidos eticamente que fique claro). Afinal, se todos seguem as “mesmas ordens” quem vai ser a voz destoante, quem vai ser aquele que vai dizer que esse é o limite pra determinada ação sabendo que quem esta no poder tem o controle total de todos os organismos governamentais através do partido. Existem diversos casos mostrando que as crenças irrevogáveis são facilmente descartadas em face ao poder absoluto (sim Mercadante é com você mesmo).

Quer mais um motivo para comemorar o fato da oposição ter uma boa quantidade de representantes? Pois eu te dou, “EC” sigla para Emenda Constitucional. Para mudar a constituição do país a medida teria que ser aprovada por 3/5 de cada casa (Senado/Câmara) em dois turnos, ou seja, teria que ser um projeto MUITO bom pra convencer a oposição ao permitir que isso aconteça. Mas se não houver oposição ou se ele estiver muito fraca, ai bem ?!?!?! Basta olhar pra países vizinhos como Venezuela, Bolívia, entre outros.

Esses são alguns motivos para olhar bem a sigla que aparece nas propagandas do seu candidato. O futuro do seu país pode estar sendo decido mais nela do que no candidato propriamente dito.

Gostou do artigo ou acha que eu levo algum jeito? Comenta ai pra me animar a continuar escrevendo... rsrs.

Autor: Diego Milward, em 29 de setembro de 2010.

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