de zero a 5 #2: The Hunger Games - o livro


E finalmente encerrei a leitura de Jogos Vorazes, e como não podia deixar de ser depois de ver o filme eu adorei. 

Tinha algum tempo que não lia um livro em papel, na verdade pensando bem, tinha algum tempo que eu não li um livro com a atenção e o afinco de antigamente. Me agarrando a historia todos os dias em todos os momentos de brecha, trocando o Twitter e o Google Reader pela boa e velha literatura e Jogos Vorazes conseguiu isso ao oferecer uma combinação matadora (que trocadilho hein) de uma protagonista instigante, dura, forte e ingenua ao mesmo tempo e jogada em um cenário complexo e cheio de possibilidades que você fica louco para descobrir mais. 

Eu admito que mesmo amando estava precisando uma descanso das bíblias complexas e cheias de personagens que são as Crônicas de Gelo e Fogo, a Historia do Matador do Rei, os livros do Cornwell. Todos fantásticos mas gigantescos e recheados de tramas, subtramas, milhares de personagens principais e milhões de secundários ao passo que Suzanne Collins construiu uma historia rápida e muito mais simples. 

Aquelas falhas do filme que você já leu e ouviu em todo lugar são em sua maior parte entendidas quando se olha o livro e assim fica obvio porque as pessoas que leram o livro gostaram mais do filme normalmente. 

Como todos sabem, o livro conta a historia de uma menina de dezesseis anos moradora de um pais chamado Panem que num futuro distópico ocupa o território antes era conhecido como América do Norte. Essa menina é selecionada para uma competição obrigatória em que 24 jovens entre doze e dezoito anos são colocados em terreno inóspito para um combate até a morte. 

Agora o que nem todo mundo sabe e o filme por não deixar isso tão claro faz surgir a maioria das criticas que foram feitas é que o livro é narrado em primeira pessoa quase como um diário da protagonista. 



Por isso todo o tempo da historia nos sabemos apenas o que ela sabe, vemos apenas o que ela faz. Em nenhuma cena do livro podemos ver ou ter certeza das atitudes dos outros personagens a não ser pelos olhos de Katniss. 

Sob essa ótica a critica ao fato dos personagens secundários não terem historia no filme não faz nenhum sentido, afinal ela vive em um país ditatorial em que não existe comunicação entre os vários distritos que formam a nação e portanto não sabe nada sobre nenhuma outra das 22 pessoas que compõe a disputa, ao mesmo tempo que não procura saber até porque eles vão ter que se matar mesmo. 

E ai vai um ponto para a autora que passa a historia toda sem ser direta com nada que envolva a personagem, tudo é dúbio, tudo é sugerido deixando a cargo do leitor julgar o que é “real” do que é apenas imaginação na cabeça da jovem de dezesseis anos que nunca teve um namorado e mora no bairro mais pobre de toda Panem estressada por estar em uma verdadeira luta pela sobrevivencia. 

Se o filme foi ótimo, o livro se mostra muito melhor ao explorar muito mais fundo todas as emoções e conflitos da jovem Kat e de seu confuso (fictício?) romance com Peeta, seus dilemas morais e toda sua personalidade. 

Quando pensamos em um filme baseado em um livro sempre comemoramos quando ele é fiel a obra original, certo? Aqui isso foi um dos poucos pontos me eu lamentei, afinal nos momentos mais emocionantes eu já sabia exatamente o que ia acontecer e aquilo acontecia mesmo, então uma boa parte da carga emocional que vem com a surpresa era perdida. Mas a morte da pequena Rue continua sendo uma cena memorável. 

Vale e muito a leitura até pelo tamanho, três ou quatro dias de muita diversão e a provável garantia de mais uns 10 já que ainda existem dois volumes da serie para serem comprados e apreciados. 

Agora vamos a nota final.





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