Que o crack é hoje um dos maiores problemas de segurança / saúde publica do Brasil acho que não existem duvidas. Todos tem suas teorias, sendo a mais comum dizer que "é um problema complexo e não vai ser resolvido de uma hora pra outra" enquanto faz uma cara blasé com aquela mãozinha no queixo "de quem tem conteúdo".
Claro que isso é apenas um rascunho geral da estrategia, mas acredito que ela é melhor que 90%, pra não dizer 101%, do que temos visto os governos fazerem.
O governo de São Paulo (e o Rio) parou um pouco de teorizar e partiu pra uma "pseudo" internação compulsória que na pratica é muito mais branda do que sugere o nome e os teóricos da conspiração de plantão. Se ela vai funcionar ou não só o tempo dirá, mas eu particularmente aposto que o efeito vai beirar o irrisório.
Eu, do alto da minha bondade, resolvi compartilhar minha solução para o problema e tornar assim a vida de governantes e legisladores muito simples. Uma solução que pode facilmente ser aceita por todas as correntes ideológicas de plantão porque ela pega todas as criticas que todos os programas recebem e usa isso em prol da resolução do problema do crack no Brasil. Portanto governantes, copiem sem medo, só coloquem um link pro original.
O segredo para se criar uma estrategia de sucesso, como a minha claramente é, reside em dividir o grande problema em problemas menores e mais facilmente "contornáveis". Vejamos:
Qual o grande problema a ser solucionado em relação ao crack? A tomada de áreas da cidade por pessoas sem controle dos seus atos, o risco de assaltos, e crimes piores que essas pessoas representam para outrem e para si.
O problema é a guerra de ideologias.
Quando pensou-se na internação compulsória a histeria foi grande, de um lado a turma que dizia que os viciados moradores de rua tinham direito a serem viciados moradores de rua; do outro a turma que dizia que os cidadãos não-viciados e pagantes de impostos tinham direito de ir e vir sem serem molestados pelos viciados. E o que complica tudo é que de certa maneira os dois grupos tinham razão. Obviamente, a solução não é um deles vencer a batalha e sim unir os dois raciocínios.
Peguemos como exemplo a cidade do Rio de Janeiro, milhares de consumidores de crack a beira da mítica Av. Brasil, correm por entre os carros causando riscos a famílias inteiras que trafegam em seus veículos, assaltam pessoas e se matam consumindo uma das piores drogas já criadas pelo homem.
Com já vimos, e foi defendido pela turma da "esquerda", eles tem direito a viverem nessas condições, e, como foi defendido pela turma de "direita", os outros tem direito de não ser molestado por gente nessa situação. Como resolver esse embate?Fácil, criaremos a Fazenda dos Amigos dos Cracudos Independentes e Livres - FACIL.
Peguemos uma área distante nos arredores das grandes cidades, constrói-se um restaurante popular gratuito, uma enfermaria gratuita e um dormitório gratuito. Ao lado, como um anexo, constrói-se centro de recuperação de viciados. A entrada da FACIL deve ser livre a qualquer cidadão, braco ou negro; rico ou pobre; adulto ou criança; homem ou mulher; beija rapazes ou beija menias, todos podem ter acesso desde que seja de livre e espontânea vontade.
Dentro das unidades da FACIL devem ser servidas seis refeições diarias planejadas por nutricionistas concursadas dando assim oportunidade de boa alimentação a todos, bem como de emprego para as nutricionistas agregando assim mais classes a luta.
Com isso, libera-se a população não-viciada do convívio com os meliantes usuários ao mesmo tempo em que se preserva a dignidade e a liberdade dos apreciadores do crack.
A rede FACIL deve ser alvo de intensa propaganda, todas usando como tema a farta distribuição gratuita de pedras de crack da melhor qualidade. Por mais sequelado que um cracudo esteja ele não teria como recusar essa oportunidade.
Cumpriu-se a primeira etapa, limpamos a cidade dos cracudos sem ferir suas liberdades individuais.
Vamos agora para segunda etapa, recuperando o cidadão.
A entrada nas unidades FACIL deve ser livre, como explicado acima, mas a saída deve ser controlada. Um CLI (Cracudo Livre e Independente) ao dar entrada na FACIL assina, de livre e espontânea vontade, um termo dizendo que aceita que sua saída só sera autorizada apos cumprir três meses de desintoxicação na clinica de recuperação anexa a unidade FACIL.
Paralelo ao tratamento cria-se um programa de apoio familiar ao CLIENTE (Cracudo Livre e Independente Em Nível de Tratamento Especial) ajudando a re-inserção deles na sociedade.
Podemos produzir uma saída bônus para o usuário que realmente não se vicia, criando uma sala de saída rápida Nela o usuário fica por 24 horas tendo a sua disposição uma enorme quantidade de crack, se ele passar as 24 horas sem tocar no crack é uma prova de que ele tem controle sobre o uso e pode ser liberado sem a passagem pela unidade de recuperação.
Vejam que é uma estrategia simples, que atenderia aos principais pontos tanto de "esquerdista" quanto de "direitistas", lutaria pela dignidade humana dos moradores de rua e/ou usuários de crack e pelos transeuntes normais que só querem ir trabalhar.
Claro que isso é apenas um rascunho geral da estrategia, mas acredito que ela é melhor que 90%, pra não dizer 101%, do que temos visto os governos fazerem.