Sobre Gelo, Sobre Fogo e Sobre Livros Irritantes.

Eu me considero um grande fã de romances com uma pegada medieval, com ou sem fantasia. Adoro Cornwell e seu discípulo Iggulden, devorei a coletânea de Dragon Lance e Forgoten Realms e por isso pode ser chocante o que vou dizer aqui, mas vou dizer assim mesmo:
Não gosto das Crônicas de Gelo e Fogo.
Agora que já disse, e muitos vão ficar chocados e tomar como ofensa pessoal, deixem-me explicar o que me irrita tanto na supra citada obra.

Uma consideração, depois de quatro anos que ganhei de natal, e comecei a ler, o primeiro volume, só na ultima semana eu consegui terminar o segundo livro, então, caso a partir do terceiro as coisas mudem queiram desconsiderar as criticas abaixo.


#1 - Sabe o fulano? Morreu!


Não sei se por causa do tamanho dos livros ou por causa da quantidade de historias paralelas que cria, mas o fato é que o o autor tem um sério problema de não gostar de concluir a historia dos personagens.

Quando um deles entra em foco na historia, Martim escreve incessantemente sobre tudo que o cerca, as dobras da roupa, o cheiro do quarto, o tecido da meia, quantos passos da cama até a porta, tudo é descrito em mínimos detalhes até que um belo dia, numa virada de pagina o personagem está morto a duas voltas da lua. 

Porque? Como? Quais as consequências? O que a filha/mulher/irmão/amigo falou disso na hora da noticia? Isso não importa pra ele.


#2 - Tem as preliminares mas sexo mesmo que é bom...


Pense na seguinte analogia: Você está em algum lugar quieto na sua, um curso por exemplo, do lado tem um mulher bonita, rola aquele flerte bobo, vocês trocam contatos, Facebook e tal. Saem. O clima funciona e vocês se pegam. Vão pra casa, mais beijo, mão naquilo, aquilo na mão e quando você tira a calcinha dela. PLIMMMM. 

Você está de volta na mesa do curso olhando pra gatinha.

É assim que eu me sinto lendo As Crônicas de Gelo e Fogo. Não é que o flerte, o papo e os beijos não sejam bons, mas eu também quero aproveitar a parte do sexo.

Voltando a falar do livro antes que alguém ai fique excitado, a historia é ótima, mas quando chega na hora de de ver as espadas se cruzando, ver a coisa sendo resolvida ou quando a coisa está pegando fogo em qualquer nível, o livro simplesmente pula pra outro personagem e quando volta aquilo que você passou paginas fantasiando já aconteceu e você não faz ideia de como foi.


#3 - E agora, como resolvo esse conflito? Fácil, saca um poder sobrenatural ou a boa e velha magia negra da manga.


Me incomoda bastante o fato de não mais que de repente nosso querido Martin sacar alguma feitiçaria pra resolver os conflitos politico/militares da história.

Nada contra magia, vide que no primeiro paragrafo deixei claro ser um fã das Crônicas de Dragon Lance, mas aparecer com um super poder que nem de perto fazia parte do universo me soa mais uma vez a preguiça de desenvolver a historia, por mais irônico que isso possa parecer numa coletânea que já tem mais de três mil e quinhentas paginas.

Droga, criamos esse candidato a coroa e colocamos pra ele um exercito gigantesco, como vamos para-lo? Ahhh fácil, arruma uma bruxa e coloca ela pra matar o cara... a distancia. 

Serio mesmo, eu acho que quando você vai fazer uma série muito longa, um dos principais diferencias que se pode ter é você conseguir amarrar a historia desde o primeiro livro até o ultimo, por exemplo, quando o Harry Potter precisa destruir uma Horcrux em forma de diadema, os leitores mais sagazes já sabiam onde ela estava porque se lembravam daquilo já ter aparecido em livros anteriores. As cronicas saxões do já citado Cornwell também é referencia nesse quesito também.
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Eu tinha ainda varias criticas quanto a "mecânica" da historia, mas acho que com os três itens acima eu consegui sintetizar bem o que mais detesto neles. 

PS1: Independente das criticas vou continuar tentando terminar de ler todos os livros, principalmente porque tenho grandes expectativas em relação a Arya. Espero que George R.R. Martin não se canse dela e a mate sem mais nem menos.

PS2: Nada do que disse acima se aplica a série de TV que parece, até pelas necessidades do meio, bem mais dinâmica que os livros, embora, também por limitações do meio, pareça bem mais rasa.

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