Agora é oficial: Estou velho.
Sem rodeios, sem preparação, afinal, não da mais pra fingir que não aconteceu, ou pra achar que foi só dessa vez. Estou velho e não posso mais fazer as coisas que eu já fiz um dia.
Já no sábado passado, os seguintes critérios para escolher o lugar que seria agraciado com a minha presença foram utilizado: Ser perto de casa, ter lugar para sentar, ter cerveja boa, não ser quente, ter um atendimento bom (ou pelo menos razoável) e comida gostosa.
Quão mais gay uma pessoa pode se tornar antes de oferecer a bunda a desconhecidos? Quem escolhe um bar por ser confortável (lugar para sentar e clima agradável) ou a heresia máxima por ter comida boa. Quem quer comida boa vai a um restaurante, não a um bar, meu Eu do passado diria na lata.
Poderia aqui invocar uma pretensa qualidade e/ou sabor para me justificar, ou dizer que agora ganho melhor e etc mais isso seria mentira, o fato incontestável é que estou velho e o próximo item da lista é a prova definitiva para o meu sub consciente que tenta pateticamente justificar as atitudes acima.
Eu, que podia passar mais de 36 horas bebendo e curtindo o carnaval sem parar agora sou só um velho que volta pra casa antes da meia noite e ainda acorda completamente quebrado no dia seguinte. Sempre!
Sem rodeios, sem preparação, afinal, não da mais pra fingir que não aconteceu, ou pra achar que foi só dessa vez. Estou velho e não posso mais fazer as coisas que eu já fiz um dia.
Se vocês são pessoas de bom gosto, auto garbo e inteligentes, com certeza absoluta já assistiram (e ainda assistem) "How I Met Your Mother" e consequentemente se lembram de um episodio em que o Ted faz uma lista de coisas que ele não pode mais fazer por estar velho e o Barney se auto desafia a cumprir todos os itens*.
Após pouco mais de um mês sem ir a um bar, quebrei a rotina e fui beber no sábado e quando acordei no domingo só conseguia ficar colocando em perspectiva o que meu Eu de 10 anos atras acharia do meu Eu de hoje.
# O Lugar
Antes eu tinha apenas duas exigências a respeito do lugar que frequentava: Que tivesse pelo menos um amigo meu no mesmo lugar e que entre as outras pessoas a maioria fosse composta de mulheres com notas média de no minimo 6. Simples assim.
O lugar podia ser longe, o lugar podia ser feio, o lugar podia até ter cerveja ruim. Se eu tivesse ao menos um amigo e uma quantidade de mulher pra incomodar eu estava satisfeito.
Já no sábado passado, os seguintes critérios para escolher o lugar que seria agraciado com a minha presença foram utilizado: Ser perto de casa, ter lugar para sentar, ter cerveja boa, não ser quente, ter um atendimento bom (ou pelo menos razoável) e comida gostosa.
Quão mais gay uma pessoa pode se tornar antes de oferecer a bunda a desconhecidos? Quem escolhe um bar por ser confortável (lugar para sentar e clima agradável) ou a heresia máxima por ter comida boa. Quem quer comida boa vai a um restaurante, não a um bar, meu Eu do passado diria na lata.
Isso sem contar com a questão de "ter cerveja boa" que leva automaticamente para a próxima questão na minha escalada da velhice.
# O Custo beneficio
Se eu tivesse que escolher um critério no mundo para definir se alguém é jovem ou velho, sem a menor sombra de duvidas séria a relação entre o custo e a quantidade de bebida alcoólica consumível.
Quando eu tinha 20 anos só o que importava era transformar meu salario na maior quantidade de cerveja possível, Bavaria e Itaipava foram as cervejas oficiais das noites de porre da Farani** por muito tempo e agora eu me pego usando como critério para escolher um bar a qualidade da cerveja? Se ela é importada ou não? Sei coisas como o que é Pale Ale, Trippel e pior de tudo, bebo cerveja em taças... e gosto!
Poderia aqui invocar uma pretensa qualidade e/ou sabor para me justificar, ou dizer que agora ganho melhor e etc mais isso seria mentira, o fato incontestável é que estou velho e o próximo item da lista é a prova definitiva para o meu sub consciente que tenta pateticamente justificar as atitudes acima.
# The Hangover
O cérebro pode tentar de todas as maneiras justificar escolher um lugar confortável para beber, com mesas, espaço e clima ameno. Pode até mesmo achar uma desculpa por pagar 50 dilmas numa long neck numa conta maluca que envolve teor alcoólico, idas ao banheiro e custo da sola do tênis nessas caminhadas.
Mas nada, eu disse nada, pode mascarar o fato que mesmo chegando em casa as onze da noite e apenas meio bêbado eu tenho acordado domingo com uma ressaca digna de Hollywood.
Eu, que podia passar mais de 36 horas bebendo e curtindo o carnaval sem parar agora sou só um velho que volta pra casa antes da meia noite e ainda acorda completamente quebrado no dia seguinte. Sempre!
Infelizmente, as vezes, precisamos assumir a derrota e procurar aceitar que tudo na vida é passageiro. Minha juventude e dignidade alcoolística inclusive.
* Assim como eu quando tento me auto provar que ainda sou um garotão num corpo de trintão, Barney também se fudeu e não conseguia nem andar no final do episodio.
** Farani é uma mitológica Rua que fica na divisa dos bairros de Botafogo, Flamengo e Laranjeiras do Rio de Janeiro que nos seus áureos tempos foi frequentada pelas figuras mais brilhantes e divertidas do circuito etílico carioca. Seu expoente máximo era o lendário Bar DaFoca