Archive for abril 2013

Bem vindo de volta Maracanã.

E o Maracanã está de volta ao mundo dos vivos, ou pelo menos esse estádio que chamam de Novo Maracanã e que foi construído no mesmo lugar do antigo templo do futebol.

Aqui deste humilde cantinho quero fazer uma singela homenagem ao saudoso estádio que me deu tantas historias e tantas emoções, boas e ruins, porém ainda sim, emoções.

Venho lembrar do meu jogo favorito que assisti no estádio, que podia ter sido o famoso jogo pré copa de 1994 com dois gols do baixinho, ou o mitológico "gol do Pet". Quem sabe até o vice campeonato mais importante da histórica do vasquinho, na Copa do Brasil de 2006, mas não, o meu jogo mais especial não é um jogo decisivo, nem pode ser considerado um jogo histórico, foi na primavera de 2002…

Eu tinha começado a faculdade a poucos mais de de um mês, fazendo alguns amigos, bebendo muito, aquelas tradições, quando numa quarta feira despretensiosa, estávamos esperando a primeira aula eu e mais um grupo de amigos quando alguém, que pode ter sido eu ou pode ter sido qualquer outro, comenta: "Hoje tem FlaxFlu né".

Aquela frase despretensiosa, que teve o objetivo apenas de tocar num ponto curioso, já que não é comum termos clássicos durante a semana, foi como uma guimba de cigarro num posto de gasolina de filme hollywoodiano. Eu simplesmente precisa desesperadamente ir ao jogo, olhei para o meu novo amigo mais chegado e falei:

- Partiu?, ao que ele respondeu: - Partiu.

Quando estávamos saindo, encontramos um outro novo-amigo e comentamos que íamos ao Flaxflu. Ele nem esperou o convite, sacou um camisa do fluminense, e falou que ia também.

Eu e o meu sidekicker inicial éramos Flamenguistas e não esperávamos que um tricolor nos acompanhasse, mas foda-se, era época de fazer amigos e ninguém tem culpa de ser tricolor, provavelmente ele veio de uma família que incentivava a viadagem.

Chegamos em cima da hora, compramos cadeira afinal não podíamos ir nem para um lado nem para o outro da arquibancada, embora tenhamos ficado mais próximos de rubro-negros que de tricolores, sem querer parecer homofônico).

Como éramos dois, portanto maioria, flamenguistas e esse amigo além de tricolor parecia realmente ter tendências gays, estávamos sacaneando ele bastante nos minutos que antecederam o inicio do jogo, porém mal a pelota rolou e gol dos caras! O maluco fez um carnaval com a nossa cara.

Tudo caminhava para ser uma péssima quarta feira, já que tínhamos um time fraco naquela época, e o Flu tinha ninguém menos que o baixinho Romário.

Mas, como disse o picareta gaúcho, Flamengo é Flamengo e naquela quarta feira comum, Athirson, Iranildo chuchu, Fábio Baiano e cia fizeram valer a máxima que mesmo que fossem onze cabos de vassoura vestindo a camisa rubro-negra, ainda sim seria um time de valor.

12' do primeiro tempo e veio o empate com de Athirson, porém, se fosse creditado ao Sr. Sorte seria mais justo. Como justiça não entra em campo, o placar apontava 1x1.

Mal o cronometro correu e aos 18' Zé Carlos (o famoso quem?!) tratou de colocar as moças no lugar delas, 2x1 pro time masculino. Fim do primeiro tempo. Tensão e provações que não paravam mais por conta da presença de Romário e Renato Gaúcho, que fazia sua estreia como treinador do Flu.

Começa o segundo tempo e Liedson, ainda um jovem desconhecido, aumenta a vantagem para 3x1, dez minutos depois Chuchuzinho coloca os tricolores de quatro, do jeito que eles gostam, para aos 33' Fábio Baiano empurrar mais um, fechar em 5x1 e a alegria correr solta no Maraca.

Ainda teve penalti perdido pelo bachola Romario mostrando que "Ô ôôô.. Romário é Flamenguista.." (não me pergunte, nunca entendi essas rimas de arquibancada).

Um jogo memorável e inesquecível (ao menos pra mim).

É muito bom ter você de volta velho amigo. Espero de coração que não tenham deformado e tornado você irreconhecível.

Vejam os gols | link


PS1: Eu sei que teve mais um gol do fluminense em uma pixotada deprimente da defesa do Flamengo mas sejamos sinceros, ninguém se importou com isso.

PS2: A historia de como fomos parar no jogo provavelmente foi totalmente diferente, mas a idéia geral da coisa está certa.

PS3: Nesse ano o Botafogo conseguiria a façanha de ficar em 26º (e ultimo) lugar, conquistando uma passagem só de ida para os confins da série B. Foi acompanhado pelo Palmeiras que parece ter tomado gosto e em 2014 vai jogar a B novamente.

PS4: Fábio Baiano era craque!

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Medindo o sucesso.


E engraçado como as vezes parece que por mais que lutemos para progredir, para seguir em frente com nossos planos e nossas vidas, as coisas simplesmente não acontecem. Fazemos tudo que acreditamos que tem que ser feito, sentimos o jubilo antecipado da vitoria, porque na nossa mente ninguém no mundo poderia fazer mais do que o que fizemos e quando chega a hora da colheita, não existe nenhum fruto.

O que devemos fazer em momentos assim, esperar com a certeza de que ventos melhores virão? Mudar de estrategia, mesmo acreditando fielmente que o que fizemos foi o melhor que poderíamos ter feito naquela situação? Em ultimo caso, sentar e chorar como um bebezinho chamando a mamãe?

A verdade é que não importa o quão bem preparados nos estejamos, nem o quão bem executado tenha sido o que quer que nós tenhamos nos disposto a fazer. Sempre vão existir milhares de variáveis fora do nosso controle e aleatoriamente uma quantidade delas vão eventualmente dar errado. Nada pode explicar esse fenômeno. 

Se paramos demais para analisar os prós e os contras de alguma coisa, se pensamos demais nas consequências de determinada ação, acabamos ficando presos pelo medo. Começamos a viver no mundo do "e se...".

Coragem para agir e força para aguentar as consequências, é disso que a vida é feita. Precisamos nos focar em fazer o melhor que pudermos, independente dos resultados que essa ação gere, porque isso é tudo que podemos controlar.

O famoso treinador de basquete Wooden se tornou um ícone dessa filosofia ao defender a bandeira de que é preciso fazer o melhor, e que vencer ou perder não são realmente importantes, ele chegou a criar todo um modelo de gestão baseado nisso com a sua famosa piramide do sucesso.

Claro que é uma filosofia extremamente difícil, nós como seres humanos, somos extremamente dependentes da validação alheia e essa validação vem geralmente acompanhando as vitorias e não o esforço. Isso se da, até porque, o esforço é muitas vezes uma atitude solitária, sem testemunhas e sem supervisão. 

Aquelas horas de trabalho quando todos já saíram do escritório, aquele domingo em casa rascunhando ideias para serem implementadas em algum projeto, tudo isso são momentos solitários, e quando as coisas dão errado, por mais que você tenha a consciência limpa, tudo que fica para as outras pessoas é que você tentou tudo e fracassou, o que torna o seu esforço exatamente o oposto do que deveria. Ele se mostrou um desperdício o que pra muitos é uma dupla derrota.

Mas do mesmo jeito que perder pode esconder uma vitoria pessoal, uma vitoria em publico pode mascarar uma derrota pessoal. Aquela prova que você passou colando, ou aquele relatório que outra pessoa fez e você apresentou como seu. São vitorias que na maioria das vezes brilham mas corroem por dentro a confiança e a força das pessoas.

É como diz lenda de um homem que recebeu dois papeis de um sábio, um para ser aberto numa grande vitoria e outro para ser aberto numa grande derrota e em ambos estava escrito "isso é passageiro". A única coisa duradoura é o esforço que fazemos.

O grande problema dessa filosofia e que não podemos mais apontar o dedo para os outros, não existem outros culpados por nos esforçarmos menos do que nós mesmo. Quando o resultado para de ser a meta, os outros param de ter importância e com isso vem um aumento da nossa responsabilidade e responsabilidade da medo.

Você vai viver com medo ou vai assumir a responsabilidade? Como li uma vez, você está disposto a puxar o gatilho e montar na bala?

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Assaltos, maldades e um iPhone

Eu sou, definitivamente, uma má pessoa. Apesar dos meus esforços ou das minhas auto ilusões, e conto o porque.

Durante pouco mais de 2 anos, eu fui o feliz proprietário de um iPhone 4 de 32 Gb, porém de alguns (poucos) meses pra cá eu tenho sentido uma necessidade patológica de upgradear o aparelho e a única coisa que tem mantido esse desejo sobre controle é o salgadíssimo preço do modelo 5.

Com vistas a vencer essa batalha, minha mente tem tentado de todas as maneiras criar justificativas para que eu tenha que comprar um novo, por exemplo, recentemente estive em um chá de bebê e a lembrancinha foi uma sabonetinho em formato de carrinho de bebe, eu "sem perceber" coloquei no bolso de trás, o mesmo que normalmente é reservado ao celular. Tempo passou e eu cheguei em casa, tirei o celular, tirei a calça e quando fui tentar fazer uma ligação vi que a outra pessoa não estava me ouvindo. Rapidamente eu praguejei contra a TIM, a Dilma e todo o povo brasileiro, achando que eram os culpas (nessa ordem), enquanto desligava e ligava do telefone fixo (sim, eu tenho).

Somente muitas horas depois, quando fui colocar o telefone para carregar, é que percebi que o microfone e o buraco do carregador estavam azuis, e com um rápida consulta ao bolso da calça, me certifiquei que aquilo era sabonete entranhado no amago de meu amigo eletrônico.

Meu deus! Sabonete... Espuma... Eletrônico... Rapidamente essas três palavras formaram um padrão que deu o start nos processos mentais de tomada de decisão do meu cérebro e eu cheguei a conclusão de que precisa comprar um celular novo naquela dia, naquela hora porque, obviamente, um celular com sabonete dentro dele nunca mais voltaria a funcionar.

Eu já estava navegando em busca da melhor relação custo beneficio, pensando para qual operadora mudar em busca do melhor desconto, quando a minha mulher, nada feliz com o gasto desprogramado, pergunta porque eu não tentava tirar o sabonete com "aquele álcool que você já cansou de pingar no botão dele".

Qualquer um que seja, ou já tenha sido, casado sabe que quando a sua mulher oferece digratis um dica é melhor seguir porque caso contrario, você vai ser perseguido por ela para o resto da vida.

Pois bem. pinguei o álcool, tirei o excesso de sabonete que estava na parte externa e testei o micro fone... Ficou uma merda e ainda parou o auto falante. Por fora eu fazia cara de triste por ter que gastar aquela dinheirama toda numa besteira como um celular, mas por dentro eu era pura alegria, tinha o argumento perfeito para vencer minhas barreiras mentais E a barreira que seria a minha mulher.

Saímos para beber e no dia seguinte, tal e qual um filme de Hollywood, meu celular tinha magicamente voltado a funcionar. E eu tinha voltado a estaca zero em questão de ter um celular novo NOW!

Ahhhh Diego, mas você não é uma pessoa má só por isso, muita gente faria pior, fingiria que o celular não funcionou só pra trocar. Eu sei, porém isso foi só o preambulo da historia, o que me torna uma pessoa verdadeiramente má é o que aconteceu nesse domingo.

Minha esposa também é a feliz proprietária de um iPhone, porém, como ela "não liga pra essas coisas de informática", é um iPhone 4 8GB. Pra ela só uma coisa importa de verdade, ou importava quando ela comprou, WhatsApp, Instagram e ser O iPhone branco. (Agora que paro pra pensar, eram três coisas que importavam e não uma como eu disse, mas como o backspace está quebrado, sigamos em frente). Ela era e ainda é louca pelo iPhone 4 branco, acha lindo!

Pois bem, ela estava indo trabalhar no ultimo domingo quando foi abordada por um desses pivetes safados e fdp que mereciam tomar porrada até o perder todos os dentes... enfim, você entendeu. Ela foi assaltada.

Isso era por volta de 7 da manha. Eu estava em casa aproveitando o sono dos anjos quando toca o telefone, numero desconhecido. Era ela choramingando que tinham ameaçado ela com uma faca e tinham levado o celular e tal.

Eu, como bom marido que sou, após me assegurar que ela está sã e salva e que nada de grave tinha acontecido, tentei acalma-la, falar que não tinha problema (não tinha mesmo), que o telefone tinha seguro (tinha mesmo, recomendo), que comprava outro, aquela coisa toda.

Mas, e aqui vem o que me faz um bad guy, lá no fundo da minha inescrupulosa mente, assim que falei "comprava outro", já tomava forma um sórdido plano. Enquanto eu falava coisas doces para acalma-la ao telefone, eu pensava, eu tenho um iPhone sobrando e quero o modelo novo, porém para te-lo, preciso me desfazer do meu. Ela tem um iPhone faltando e precisa de outro, tão obvio quanto 2+2 = 4.

Veio a brecha e eu não resisti, nem me lembro o que ela disse e me saí com "você não vai ficar sem celular nem um dia, nem que eu te dar o meu e EU ficar sem até comprar outro".

Me fingia de bom moço mas estava descaradamente tentando me aproveitar da situação. Porém, dei com os burros nágua.

Ela devolveu com um sonoro: "Não! Eu quero um branco".

Cheguei a quase iniciar uma discussão: "Mas o meu tem 32Gb, vai ser melhor pra você", mas o restante de dignidade que me restava se manifestou impedindo.

Antes de me despedir dela, consegui um "depois a gente conversa sobre isso", mas com aquele tom de, tenho que trabalhar e não vou perder tempo conversando sobre um assunto que já está decidido, que só as mulheres sabem fazer.

Essa meus amigos, é a historia de como eu me tornei um vilão, porém não pensem que acabou, porque enquanto escreve esse texto penso em novas formas de convence-la a ficar com o preto enquanto eu compro um iPhone 5 pra mim.

Afinal, já que eu virei o vilão que pelo menos leve o premio.


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UPDATE: Perdi amigos, cheguei em casa e ela JÁ TINHA COMPRADO um iPhone novo.

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A propriedade é privada, pero no mucho.

Hoje eu li uma matéria (aqui) falando sobre as cadeiras cativas do Maracanã e a situação dos proprietários em relação aos jogos da Copa do Mundo e é impressionante como os fatos do futebol sempre terminam sendo uma ótima metáfora para os piores atrasos brasileiros.


Primeiro, para quem não sabe, o Maracanã, desde a sua inauguração lá na década de 50, o Maracanã vendeu algumas (milhares) de caideiras, essas cadeiras seriam numeradas e passariam a ser uma propriedade da pessoa que as compra-se. Trocando em miúdos, aquele pequeno espaço no Maracanã seria seu, só seu e de mais ninguém, o estado inclusive cobra "condomínio" dos proprietários. Ninguém NUNCA poderia sentar ali, mesmo que rapidamente, sem a sua autorização.

No Pan-americano, lá nos idos de 2007, a coisa já começou a ficar meio esquisita e tentaram barrar os donos das cadeiras nos eventos que fossem no estadio, porém após algumas ameaças na justiça, ao que consta, a coisa foi solucionada pacificamente e os donos de cadeiras ganharam "ingressos" para os eventos.

Avancemos no tempo e agora temos a Copa do Mundo já batendo as portas, e o que o secretario da prefeitura veio a publico anunciar? Que os proprietários de cadeira do maracanã se fuderam e não vão ter direito a nada, que é um evento privado, que o estadio vai estar por conta da Fifa e blábláblá.

Supostamente a justificativa dele é que para a Copa do Mundo, e exclusivamente para a Copa do Mundo, foi aprovada uma lei que daria ao estado esse poder, e que alem disso a copa do mundo era um evento diferenciado e portanto em eventos diferenciados o tratamento aos proprietários de cadeiras também seriam diferenciados.

Ai você pode pensar o seguinte, é só uma cadeira, na casa e Vídeo vende-se cadeiras por qualquer trezentos reais. 

Pois sabe quanto custa uma cadeirinha dessa no Maracanã? Em torno de humildes CENTO E OITENTA MIL REAIS, segundo matéria do UOL do ano passado, tudo bem que isso é um preço inflacionado pela perspectiva da Copa do Mundo porém a mesma reportagem frisa que é muito difícil conseguir uma cadeira abaixo de 50 mil, porra, cinquenta mil mangos não é nenhum troco de pão né gente.

Mas foda-se eles que tem essa quantidade de dinheiro pra comprar cadeira alguém pode pensar, e realmente fodam-se. Porém é preciso destacar um ponto: Como um bem seu, que normalmente é incluído, inclusive, no seu Imposto de Renda, pode assim de uma hora pra outra, com uma simples canetada do poder de ocasião, ser usurpado e todo mundo achar que está tudo bem com isso.

Na matéria linkada lá em cima, algumas falas me chamaram muito a atenção, a principal delas foi:
- "Isso era uma pré-condição para o Brasil receber uma Copa do Mundo. Acho que o direito individual não pode se sobrepor  ao desejo do país de sediar uma Copa do Mundo".  Régis Fitchner (secretário da Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro)
O direito individual não deve se sobrepor ao desejo do país de sediar uma Copa do Mundo é de um retrocesso sem limites. O direito individual deveriam ser a base da sociedade e de tudo que ela se envolve, porque é dele que deriva a liberdade de cada um e por conseguinte, a liberdade do todo a quem chamamos de sociedade. O próximo passo deveria ser prender quem fica fazendo piada de quero ver na Copa porque está prejudicando o desejo do país de ter uma boa imagem, e isso não pode se sobrepor ao desejo do país.

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Expressões Idiomáticas Analisadas #1 : "Dormir mais do que a cama"


Algumas expresses se tornam tão comuns que nem paramos mais para pensar em quão estúpidas e sem sentido elas são. 

Aquele dia que você estava um pouco mais cansado e dormiu muito além do habitual, perdeu a hora do café da manha e do almoço, por muito pouco conseguiu salvar o jantar ainda quente. Sua esposa olha pra você com uma expressão que parece um misto de preocupação, espanto e escárnio e diz:

- "Dormiu mais que a cama hoje hein!".

Você ainda com sono da apenas um sorriso débil de concordância e pede pra ela passar o feijão, mas se não fosse o sono, ou a obrigação de concordar com ela a maior parte do tempo você provavelmente pensaria o quão estúpido é dizer que alguém dormiu mais que a cama como sinônimo de dizer que essa pessoa dormiu demais.

Pensem comigo, quando você vai em um restaurante, ou na sua própria casa mesmo e come uma quantidade de comida de causar inveja a qualquer africano faminto. Ninguém, absolutamente ninguém, vai virar pra você e dizer:

- "Comeu mais que mesa hoje hein!".

Sabe porque ninguém vai dizer isso? Porque séria uma burrice que faria todos que ouvissem automaticamente concluírem que a pessoa andou consumindo quantidades gigantescas de drogas deixando-a mais demente do que um torcedor vascaíno.

Imagine a cama como uma pessoa, enquanto você dorme ela está fazendo o trabalho dela de sustentar seu corpo na posição vertical o mais relaxado possível, quanto mais você dorme, mais a cama trabalha. Isso faz de você um explorador que nem se presta a pagar hora extra para a pobre coitada. Longe de fazer dela uma preguiçosa como você.

Fiquei pensando nisso hoje quando acordei as 15:27. Ou talvez seja só a viagem de alguém que dormiu mais que a cama mesmo.

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Aceitando o inevitável - Um breve estudo sobre o paradoxo bebida/idade


Agora é oficial: Estou velho.

Sem rodeios, sem preparação, afinal, não da mais pra fingir que não aconteceu, ou pra achar que foi só dessa vez. Estou velho e não posso mais fazer as coisas que eu já fiz um dia.

Se vocês são pessoas de bom gosto, auto garbo e inteligentes, com certeza absoluta já assistiram (e ainda assistem) "How I Met Your Mother" e consequentemente se lembram de um episodio em que o Ted faz uma lista de coisas que ele não pode mais fazer por estar velho e o Barney se auto desafia a cumprir todos os itens*.

Após pouco mais de um mês sem ir a um bar, quebrei a rotina e fui beber no sábado e quando acordei no domingo só conseguia ficar colocando em perspectiva o que meu Eu de 10 anos atras acharia do meu Eu de hoje.

# O Lugar

Antes eu tinha apenas duas exigências a respeito do lugar que frequentava: Que tivesse pelo menos um amigo meu no mesmo lugar e que entre as outras pessoas a maioria fosse composta de mulheres com notas média de no minimo 6. Simples assim. 

O lugar podia ser longe, o lugar podia ser feio, o lugar podia até ter cerveja ruim. Se eu tivesse ao menos um amigo e uma quantidade de mulher pra incomodar eu estava satisfeito.

Já no sábado passado, os seguintes critérios para escolher o lugar que seria agraciado com a minha presença foram utilizado: Ser perto de casa, ter lugar para sentar, ter cerveja boa, não ser quente, ter um atendimento bom (ou pelo menos razoável) e comida gostosa.

Quão mais gay uma pessoa pode se tornar antes de oferecer a bunda a desconhecidos? Quem escolhe um bar por ser confortável (lugar para sentar e clima agradável) ou a heresia máxima  por ter comida boa. Quem quer comida boa vai a um restaurante, não a um bar, meu Eu do passado diria na lata. 

Isso sem contar com a questão de "ter cerveja boa" que leva automaticamente para a próxima questão na minha escalada da velhice.

# O Custo beneficio

Se eu tivesse que escolher um critério no mundo para definir se alguém é jovem ou velho, sem a menor sombra de duvidas séria a relação entre o custo e a quantidade de bebida alcoólica consumível.

Quando eu tinha 20 anos só o que importava era transformar meu salario na maior quantidade de cerveja possível, Bavaria e Itaipava foram as cervejas oficiais das noites de porre da Farani** por muito tempo e agora eu me pego usando como critério para escolher um bar a qualidade da cerveja? Se ela é importada ou não? Sei coisas como o que é Pale Ale, Trippel e pior de tudo, bebo cerveja em taças... e gosto!

Poderia aqui invocar uma pretensa qualidade e/ou sabor para me justificar, ou dizer que agora ganho melhor e etc mais isso seria mentira, o fato incontestável é que estou velho e o próximo item da lista é a prova definitiva para o meu sub consciente que tenta pateticamente justificar as atitudes acima.

# The Hangover

O cérebro pode tentar de todas as maneiras justificar escolher um lugar confortável para beber, com mesas, espaço e clima ameno. Pode até mesmo achar uma desculpa por pagar 50 dilmas numa long neck numa conta maluca que envolve teor alcoólico, idas ao banheiro e custo da sola do tênis nessas caminhadas.

Mas nada, eu disse nada, pode mascarar o fato que mesmo chegando em casa as onze da noite e apenas meio bêbado eu tenho acordado domingo com uma ressaca digna de Hollywood.

Eu, que podia passar mais de 36 horas bebendo e curtindo o carnaval sem parar agora sou só um velho que volta pra casa antes da meia noite e ainda acorda completamente quebrado no dia seguinte. Sempre!

Infelizmente, as vezes, precisamos assumir a derrota e procurar aceitar que tudo na vida é passageiro. Minha juventude e dignidade alcoolística inclusive.



* Assim como eu quando tento me auto provar que ainda sou um garotão num corpo de trintão, Barney também se fudeu e não conseguia nem andar no final do episodio.

** Farani é uma mitológica Rua que fica na divisa dos bairros de Botafogo, Flamengo e Laranjeiras do Rio de Janeiro que nos seus áureos tempos foi frequentada pelas figuras mais brilhantes e divertidas do circuito etílico carioca. Seu expoente máximo era o lendário Bar DaFoca

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Um alerta no computador pode mostrar mais do mundo do que você imagina.


 Ontem a noite, estava eu naquela ultima mexida no computador quando apita uma mensagem na tela. blá blá blá... full... blá blá blá. Cliquei em OK, afinal ninguém lê essas advertências que o OS mostra.


Ela apareceu novamente e eu obvio, cliquei novamente em OK. Senti quase que carmicamente o computador mais lento. 

Alguns segundos depois e lá estava o raio da mensagem aparecendo novamente. Fiquei puto e pensei: " Tá bom, vou ler essa merda pra ver o que o viadinho do Jobs quer contar lá do alem".

E não, não adianta clicar em não mostrar novamente. | Fonte: Google Imagens

Como assim está cheio, nunca esteve cheio. Porque diabos estaria agora que tenho cada vez mais abandonado os arquivos (em sua maioria adquiridos na locadora do Paulo Coelho) por conteúdo legalizado via streaming.

Primeiro pensamento foi obviamente, merda é vírus  Mas ai lembrei que era um Mac e me venderam a ideia de que Mac's não pegam vírus  O jeito era ir atrás checando pasta a pasta quem estava causando a merda.


E foi então que descobri que mesmo migrando para o Streaming eu ainda tinha + - 300 Giga de filmes e series. As oito temporadas de How I Met Your Mother em HD eram responsáveis por boa parte disso. 

A duvida foi cruel amigos, apagar a série era praticamente como encerrar um ciclo de vida. Eu sei que ela está quase que inteira no Netflix disponível full time  mas mesmo assim eu gostava de saber que com ou sem luz, com ou sem internet eu poderia passar um tempo rindo dos esquemas do Barney ou das viadagens do Ted.

Quando eu comecei a assistir eu era jovem, solteiro, bebia quanto quisesse de álcool e trabalhava normal no dia seguinte. Eu praticamente me senti acompanhando o crescimento dos personagens da série. As duvidas deles eram em muitos momentos as minhas duvidas (claro que as deles eram levados ao absurdo e as minhas eram mais "normais"). 


Foda-se, vida nova. DELETE

Cheguei a olhar para os lados procurando alguma mudança no mundo, espiei pela janela para ver os primeiros sinais dos meteoros que viriam destruir o planeta mas nada mudou. O mundo parecia em harmonia quando escuto uma voz: 
"Amor, desliga logo isso e vem deitar que amanha é dia de acordar cedo, e pega água para mim." mulher, Minha.

Desliguei, peguei a água e fui deitar. Porque o mundo, amigo. O mundo segue em frente sempre.

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Sócio Torcedor: Balanço dos primeiros 15 dias.


Vocês podem me chamar de volúvel, e eu sou mesmo, mas o fato é que ao contrario do que disse para mim mesmo, e do que dei a entender aqui, eu aderi ao novo Sócio Torcedor do Flamengo e felizmente nesse meio tempo eles já fizeram três ações simples, porem bem legais, para fazer um agrado aos abnegados que resolveram doar R$ 478,80 ao CRF, que vão garantir um valor inicial de mais de 4 milhões de reais a cada ano. Mais do que alguns contratos de patrocínio que andamos tendo nos últimos anos.

A verdade é que eles tem tido algumas boas sacadas para oferecer um chamego a quem se dispôs a doar a grana, oferecer ingressos para os associados paraenses assistirem ao jogo contra o Remo, e ainda por cima os ingressos serem entregues pelo craque Adílio, foi uma estrategia de divulgação extremamente barata e que gerou muita mídia positiva. Alem de provavelmente ter incentivado torcedores de outros estados a também aderir sonhando com promoções semelhantes.

No ultimo jogo, contra o Duque de Caxias, mais uma bola quicou na frente dos nossos executivos responsáveis pelo marketing e eles aproveitaram. Se no primeiro turno, com o time bem e jogando no Engenhão (que de horrível passou a tabua de salvação) os públicos já iam de mal a pior, o que esperar de um sábado a tarde em bangu com o time jogando mal e praticamente eliminado. Então, já que os custos do estadio são fixos e os lugares iam mesmo ficar vagos, a diretoria ofereceu aos seus caridosos sócios ingressos para ver a peleja ao vivo fazendo com isso que o time não tivesse uma marca ainda mais desprezível de publico do que a que já vem tendo e ainda deixou o sócio que não foi sem o "direito" de reclamar, afinal eles estão fazendo coisas para quem é Sócio Torcedor. Uma situação Win-Win. (a única coisa que não win é o time).

E hoje foi lançada mais uma promoção, você responde uma pergunta e "concorre" a um encontro com O Deus Vivo (aka Zico) e uma camisa do ST autografada. Simples, barato e com grande apelo na torcida. As cinco respostas selecionadas levam o premio, e aqui uma outra sacada, o programa que atualmente conta com algo em torno de onze mil sócios, caso chegue a 20.000 até o fim do mês vai dobrar o numero de contemplados. 

Não é muita coisa, porém já é alguma coisa, ainda mais para um clube que se acostumou a viver no marasmo criativo e mais acostumado a manchetes negativas. Ainda acho que falta algo que incentive o torcedor a aderir ao programa que não o simples gesto altruísta de "ajudar o clube", mas quem sabe isso ainda aparece depois que eles cooptarem a base de caridosos. Afinal, porque gastar dinheiro incentivando as pessoas que fariam isso sem incentivo nenhum. Pode não ser moralmente elogiável, porém é financeira justificável, o que na conjectura atual do clube é algo a se levar em conta. 

Outra coisa que não consigo ver sentido é em não ser oferecida uma camisa do programa, quem sabe personalizada com o nome do torcedor, o que alem de ser um agrado, e um incentivo, a quem adere, ainda vai ajudar a divulgar o projeto a medida que as pessoas usem no dia dia.

Mas, como disse mais acima, pouco é melhor do que nada, e finalmente o Flamengo começa a entrar na era do esporte moderno.

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